quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Patrocínio do Engenhão gera polêmica no Botafogo

As cores das cadeiras do Estádio Engenhão são responsáveis pela nova polêmica no Botafogo. Patrocinadora do estádio do clube carioca desde abril deste ano, quando assinou um contrato de quatro anos, a companhia de bebidas AmBev substituiu as antigas cadeiras azuis do Setor Sul por poltronas vermelhas e brancas, formando o nome de uma de suas marcas. Na estreia do novo visual, no clássico contra o Vasco, os torcedores associaram as novas cores às do rival Flamengo.


Irritada, a oposição do clube se manifestou por meio da chapa “Mais Botafogo” com uma nota oficial na qual pede a mudança das cadeiras e critica a atual diretoria. “Colocar a cor vermelha nas cadeiras para atender às exigências de uma empresa de bebidas é uma ofensa irreparável aos milhões de torcedores do Botafogo. O “Mais Botafogo” repele e exige a mudança imediata, pois não podemos considerar como nosso um estádio com cores que se identificam muito mais com as dos rivais do que com as do Botafogo”, diz um trecho da nota.
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, se defende. Apesar de não revelar valores, afirma que o acordo é o maior da história entre uma empresa e um clube brasileiro. Além das cadeiras, a AmBev possui banners e outdoors dentro do estádio, camarotes e permissão para eventos promocionais. Em contrapartida, ajuda na manutenção do gramado do estádio, na reforma das salas de imprensa e na criação de uma zona mista, além claro, de pagar uma quantia mensal.
“O contrato de patrocínio com a AmBev é o maior que um time de futebol já realizou no Brasil. Fica a impressão que a diretoria do Botafogo não acha que seria legal ter um estádio todo alvinegro, completamente caracterizado nas nossas cores. Mas quem eu trago para patrocinar? É a cor da cadeira ou a qualidade do time que faz o torcedor ir para o estádio? Se for a qualidade do time, eu dependo de patrocinadores”, declarou Maurício Assumpção.
O diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau, ainda justifica que o estádio deixou de ser deficitário e agora ajuda na construção da equipe de futebol. “Antes era o estádio que vivia do futebol, da renda que ele gera. Hoje conseguimos essa inversão de valores. O estádio ajuda o Botafogo com o futebol, gera renda para o departamento. Gostaria de poder não vender nada, deixar a camisa limpa como o Barcelona, mas é impossível. Não posso chegar para a Brahma e pedir para eles mudarem a logo para o verde, isso é uma iniciativa da empresa”, disse Landau.
Segundo o portal iG, o Botafogo se esforça para fechar mais três cotas de patrocínio, além do naming rights do Engenhão. O clube espera fazer acordos longos, já que em 2014 o Maracanã voltará a operar, sendo mais uma opção para os jogos de Flamengo, Fluminense e outros eventos. Sérgio Landau também se defende e diz que as cores do Flamengo são diferentes das usadas no Setor Sul.

“Esses espaços negociados geram um valor para o clube, estamos fazendo projetos e pensando no Botafogo. Além disso, o vermelho é uma cor universal, não é a cor do Flamengo. Eles são vermelho e preto. As ativações da Brahma também facilitam a venda de outras cotas de publicidade, mostra que o nosso estádio é moderno. Tanto que estamos sendo procurados por empresas. Devemos fechar a questão do naming rights até o final do ano”, declarou.
Preocupada com a repercussão negativa, a diretoria do clube emitiu uma nota explicando o valor que os pontos positivos no acordo de patrocínio. A Brahma também se manifestou, visando a minimizar a ira dos botafoguenses, que se movimentaram na internet e até criaram um abaixo-assinado virtual.
“A Brahma está colocando cadeiras vermelhas e brancas na Ala Sul do Engonte:enhão, formando a logo da empresa, autorizada pela diretoria do Botafogo e pela gerência do Engenhão. Como muitos torcedores não aceitaram muito bem a mudança e estão questionando a correlação do vermelho com o Flamengo, esclarecemos que a cor só foi escolhida por compor a logomarca da empresa”, diz o comunicado.

Fonte: PROMOVIEW

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