A questão veio à tona quando as peças viraram motivo de polêmica nos Estados Unidos, pois os anúncios fomentariam a pedofilia. Mas esta questão deixou de ser centro das discussões quando a agência assumiu publicamente que a peça sequer foi veiculada. E piorou ainda mais quando o vice-presidente de marketing e comunicação da KMA, Michael Sprague, afirmou que a KIA sequer aprovou o anúncio e considerou “as peças totalmente ofensivas e inapropriadas”.
As provas de veiculação são um pré-requisito para as inscrições em Cannes, apesar de não serem exigidas juntamente com o envio de trabalhos. A prática de “publicidade fantasma”, ou a criação de anúncios especificamente para participação em festivais, sem que sejam veiculadas não é novidade no mercado de comunicação. Entretanto, paulatinamente tende a desaparecer, pois a entrada de categorias como Direct, Marketing Promocional e Relações Públicas tendem a reforçar o quesito provas de veiculação. Nestas disciplinas só é possível avaliar ações com base em dados concretos de circulação de mensagens e/ou campanhas.
Philip Thomas, CEO do Festival, explica: “O Cannes Lions deixa claro nas regras que, se solicitada, deve ser fornecida prova de que as campanhas ocorreram e foram legitimamente criadas para um cliente que paga. Apesar de muitas conversas, a Moma Propaganda não forneceu a prova que necessitamos e, portanto, os Leões foram retirados”.
“Além disso, como consta nos nossos termos e condições, temos o direito de tomar medidas contra indivíduos listados nos créditos que não conseguem provar a veracidade das entradas para nós. Nesta ocasião, a decisão foi tomada para proibir qualquer trabalho criado pela agência por um ano. Portanto, entradas não serão aceitas a partir desses indivíduos para o Cannes Lions Festival 2012 “, acrescentou Thomas.
Procurada pelo Adnews, a Moma divulgou o seguinte comunicado:
“A Moma Propaganda respeita a decisão do Festival de Cannes sobre a devolução dos Leões Prata na categoria Press e Bronze na categoria Outdoor relacionados ao caso.
Esta decisão foi tomada em conjunto com a organização do festival, sendo resultado de uma série de fatores e profunda análise. A agência optou por não prosseguir com sua defesa, tendo em vista diminuir a exposição de todos, que de alguma forma, foram envolvidos nesse processo.”
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